Top O Lisboeta Observador: abril 2010
sexta-feira, abril 30, 2010
Automóveis raríssimos e extraordinários.


Automóveis raríssimos e extraordinários, construídos antes da II Guerra Mundial.

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sexta-feira, abril 23, 2010
O misterio de Olga Chekhova


Anthony Beevor explora a vida estranha de uma actriz que nasceu na Rússia, Olga Chekhov, que triunfou na Alemanha nazista, ganhando o título "Actriz de Estado" e foi profundamente admirada por Hitler, enquanto, simultaneamente, estava a serviço da NKVD.
 A estranha história, mostrando a versatilidade deste escritor Inglês, oficial do exército britânico que escreveu excelentes livros sobre a Segunda Guerra Mundial, como "Stalingrado".
Anthony Beevor, Chevalier des Arts et des Lettres pelo governo francês, descreve as origens de Olga, sobrinha do dramaturgo russo Anton Chekhov, e sua vida difícil durante a Revolução Russa de 1917.
A história continua com a ida de Olga para Berlim e o posterior triunfo em círculos cinematográficos da capital alemã. Também mostra os longos braços da polícia secreta NKVD russa dedicada aos inimigos políticos do regime, e como toda a imigração russa é infiltrada por agentes de Stalin, para não falar como eles conseguiram por Olga a colaborar com a espionagem soviética .  

Um livro sobre um episódio menor na história da Alemanha nazista, mas mostra os laços profundos e intrincados entre russos e alemães, unidos na admiração mútua e ódio de uma forma muito intensa. 

Um exemplo é esta passagem que mostra que este estranho emaranhado de sentimentos e relações: Liev Knipe, russo mas de sangue alemão, se tornou um devoto apaixonado da causa soviética na Grande Guerra Patriótica.  Sua irmã, Olga Chekhov, no entanto, tornou-se, cada vez mais germânica, e estava mesmo disposta a fazer qualquer coisa para ajudar sua família na União Soviética.
Como tal, ajudou a NKVD russa em seus planos, ao mesmo tempo que tinha uma paixão correspondida por um aviador alemão que lutou contra a Rússia, enquanto seu irmão lutou pela causa soviética... por aqui se poderá ver que não era fácil ver com nitidez as lealdades que eram forçosamente contraditórias.
A vida de Olga passasse entre luxos, sustos, medo pelo destino de sua família por causa dos seus vínculos ao poder político, e pelo seu triunfo na Alemanha.
Beevor mostra, com pinceladas rápidas e precisas, o terror que é submetido o povo soviético emparedado entre a crueldade das tropas invasoras de um lado e a crueldade dos "patriotas" do regime comunista, por outro, e de como a família de Olga, de um modo incompreensível (para os seus contemporâneos), se salva das sucessivas purgas que assolam os de origem Alemã, ou que estão relacionados com os intelectuais desde da primeira hora da revolução.
Um livro que dá uma compreensão muito mais matizada desses difíceis anos, que agora é difícil de imaginar, apesar da sua proximidade no tempo.  

No Dia Mundial do  Livro, deixo aqui uma sugestão de leitura.

Bibliografia:
Beevor (2010), Anthony Beevor, "O Mistério de Olga Chekhov", Bertrand Editora. 

Capa. A capa mostra Olga Chekhov durante uma recepção com Ribbentrop (Maio 1939), com Hitler, Goering Keitel.

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sábado, abril 17, 2010
Blake et Mortimer

Pelo 4 º ano, o mundo de Edgar P. Jacobs teve a honra de Maxéville (Meurthe et Moselle) 6 Abril - 23 Maio, 2010. A cidade tem duas exposições e organiza um fim de semana BD 24 e 25 de Abril.


Blake et Mortimer e Tintin duas bandas desenhadas que marcaram uma época.
Os automóveis no universo de Tintin

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terça-feira, abril 13, 2010
Um novo hominídeo

Uma luz na evolução
Dois fósseis descobertos na África do Sul, dotados de inusitada combinação de características arcaicas e modernas, podem ser ancestrais directos do homem

Alexandre Salvador
Os últimos quinze dias foram excepcionais para o estudo das origens do homem. No fim de Março, uma falange fossilizada, encontrada na Sibéria, revelou uma espécie inteiramente nova de hominídeo que ainda existia há 50 000 anos. Na semana passada, cientistas da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, anunciaram uma descoberta similar. São duas ossadas bastante completas – um menino de 12 anos e uma mulher de 30 – encontradas na caverna Malapa, a 40 quilómetros de Joanesburgo. Devido à abundância de fósseis, a região é conhecida como Berço da Humanidade. Nenhum achado até hoje, porém, apresentou as características do menino e da mulher. As longas pernas, a pélvis bem desenvolvida, o rosto achatado e os dentes pequenos são similares aos das espécies mais antigas do género Homo, ao qual pertencemos. Já os braços longos e o formato das mãos sugerem que, apesar da marcha bípede, ainda estavam à vontade nos galhos das árvores. O formato do crânio lembra o do Homo sapiens, a nossa espécie, mas a baixa estatura (1,3 metro) e o cérebro diminuto (420 centímetros cúbicos, um pouco maior que o do chimpanzé) remetem aos australopitecos, os primatas mais antigos na evolução dos hominídeos.
A nova espécie foi baptizada de Australopitecos sediba. Sediba significa fonte em sesoto, uma das onze línguas oficiais da África da Sul. As análises mostraram que o menino e a mulher viveram há 1,95 milhão de anos. Até agora, a tese mais aceita entre os estudiosos aponta o Australopitecos africanus, que viveu na África do Sul entre 3 milhões e 2,4 milhões de anos atrás, como o ancestral imediato do género Homo. A intrigante mistura de características arcaicas e modernas levou os pesquisadores sul-africanos a apresentar a nova espécie como o melhor candidato a antecessor directo do nosso género. A comprovação dessa hipótese ainda depende de estudos posteriores – mas, seja como for, está claro que os fósseis sul-africanos oferecem pistas espectaculares sobre um período especialmente obscuro da evolução humana. "A transição para o Homo continua a ser totalmente confusa", disse à Science o paleontólogo americano Donald Johanson, da Universidade Estadual do Arizona. Johanson é o descobridor da famosa Lucy, na Etiópia, em 1974. Esse esqueleto quase completo de uma fêmea de australopiteco, de 3,2 milhões de anos, está hoje firmemente fixado na árvore genealógica do homem.
O bom estado de preservação dos ossos descobertos na caverna ajudou bastante a apressar o estudo publicado. "Os esqueletos encontrados em Malapa são muito mais completos que os da vasta maioria dos fósseis conhecidos pela paleontologia. Podem-se contar nos dedos das mãos os exemplares semelhantes a esses", diz o paleontólogo americano Lee Berger, o principal autor do estudo. O par, talvez mãe e filho, parece ter caído por uma fenda no tecto da caverna. Outros animais, entre eles um felino de dentes de sabre, cujos fósseis também foram achados na caverna, parecem ter sido presas da mesma armadilha natural. A aposta dos cientistas é que tanto os hominídeos quanto os animais estavam em busca de água em meio a uma seca. Agora, os Australopitecos sediba se tornam personagens chave da paleontologia.

in Veja.com 14 de Abril de 2010


Google Earth facilita importantes descobertas científicas

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segunda-feira, abril 12, 2010
A Shadow Falls and On This Earth

Elephant Drinking by Nick Brandt

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quarta-feira, abril 07, 2010
Robert Doisneau


Robert Doisneau nasceu em 1912 em Gentilly e morreu em Montrouge 1994 em França.
Começou a sua vida profissional como gravador antes de começar a fazer fotografias para a publicidade.
Em 1930, Robert Doisneau é contratado pela Sociedade Automóvel francês Renault para a qual vai realizar fotografias industriais para as campanhas de publicidade dos automóveis da marca.
Mas esta actividade durará apenas alguns anos porque a sociedade Renault decidiu despedi-lo pelo seu absentismo crónico.
Uma nova vida começa para ele.
Fotógrafo apaixonado pela vida simples e pelo povo de Paris. Com a sua acuidade e a sua máquina fotográfica, fixa os grandes momentos do seu tempo. Dizia, "obstino-me a parar o tempo que foge", não se cansava de repetir! 
 Robert Doisneau foi distinguido muito rapidamente pela sua arte fotográfica obtendo reconhecimento e prémios:
 – Prémio Kodak em 1947.
 – Prémio Niepce em 1956. O Prémio Niepce é um prémio anual de fotografia, concedido desde1955 pela associação Pessoas de Imagens, fundada por Albert Plécy.
Joseph Nicéphore Niepce, é o autor da primeira fotografia efectuada no mundo (1827). 
– Prémio nacional francês da Fotografia em 1983. Do Grande Prémio de Artes Visuais do Ministério da Cultura e Comunicação.
– Prémio Honoré de Balzac em 1986. 
Nunca quis ser um caçador de imagens mas sempre se definiu como "um pescador de imagens". Foi por conseguinte um testemunho do seu tempo, do qual, os magazines "Life", "Paris Match", "Picture Post", "Vogue", "le Point", "La Vie Ouvrière" e outros, compraram e publicaram, algumas das 450.000 fotografias. 
Sem nunca parar de registar sobre a película fotográfica a história em movimento, com toda sua riqueza e a sua diversidade.
Fotógrafo "free-lance", amante da justiça, odiava a guerra, Robert Doisneau pôs nos seus retratos o humanismo de um sociólogo, o humor, a ternura e a ironia de um artista poeta. Robert Doisneau é provavelmente o fotógrafo francês mais conhecido no mundo inteiro nomeadamente graças a fotografias como o "Beijo do Hotel de Cidade de Paris". As suas fotografias a preto e branco das ruas de Paris após a guerra e do seu subúrbio fizeram a sua fama...
Doisneau é um transeunte paciente que conserva sempre uma certa distância no que diz respeito aos seus motivos. Atento, ao humor, à pequena história, as suas fotografias são frequentemente marcas de humor mas igualmente de nostalgia, de ironia e de ternura. Fotografava Paris, seus bairros e os seus habitantes: artesões, bares, mendigos, crianças das ruas, namorados, etc… Registou durante perto de meio século milhares de retratos do povo de Paris. Pela sua interpretação do mundo, ajudou a fotografia a se tornar uma arte maior, Como para ele, "a beleza escapa aos modos momentâneos", as fotografias "o Beijo do hotel de Cidade de Paris", "o Ramo de Narcisos", cujos temas são de uma ligeireza muito aparente, mas são verdadeiras obras-primas da fotografia.

 

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