Top O Lisboeta Observador: António Alçada Baptista
segunda-feira, dezembro 08, 2008
António Alçada Baptista

ANTÓNIO ALÇADA BAPTISTA
1927-2008

Foi nos anos 70 que José de Campos Manteigas, meu tio, me deu a conhecer Alçada Baptista. Natural da Beira-Baixa como ele, e talvez pelo seu catolicismo lúcido e humanista, desprendido de vaidades, deu-me a ler o Alçada como ele dizia.
O facto é que parece que li todos os seus livros. Sendo um autor de afectos e bastante afectuoso no seu trato, e com uma independência intelectual muito pessoal, gostei da sua escrita e da sua filosofia até hoje.
Paz á sua alma.

Obra
  • Peregrinação Interior
  • Reflexões sobre Deus (1971)
  • Peregrinação Interior II - O Anjo da Esperança (1982)
  • Documentos Políticos (crónicas e ensaios, 1970)
  • O Tempo das Palavras (1973)
  • Conversas com Marcello Caetano (1973)
  • Os Nós e os Laços (romance, 1985)
  • Catarina ou o Sabor da Maçã (novela, 1988)
  • Tia Suzana, meu Amor (romance, 1989)
  • O Riso de Deus (romance, 1994).

Revista O Tempo e o Modo 1963 Director

Revista fundada em 29 de Janeiro de 1963, tendo como primeiro director António Alçada Baptista. Ligada à Editora Moraes e à colecção do Círculo do Humanismo Cristão. Mobiliza, na sua primeira fase, uma série de intelectuais católicos críticos do salazarismo, como Nuno de Bragança, Pedro Tamen, João Bénard da Costa, Alberto Vaz da Silva, Mário Murteira, Adérito Sedas Nunes, Francisco Lino Neto, Orlando de Carvalho, Mário Brochado Coelho. Alarga-se a outros sectores da esquerda, como a Mário Soares e a Salgado Zenha, vindos do MUD, ao então comunista Mário Sottomayor Cardia, e à jovem geração de líderes estudantis, como Manuel Lucena, Vítor Wengorovius e Medeiros Ferreira. Esta última acaba por preponderar na revista, mobilizando Vasco Pulido Valente. Em 1967-1968, a revista perde as raízes personalistas e católicas e vira ainda mais à esquerda, iluminada pelos fulgores do Maio de 1968, sob a direcção de Bénard da Costa e de Helena Vaz da Silva e com a entrada de Luís Salgado Matos e Júlio Castro Caldas. Colaboram então futuros socialistas e comunistas como Alfredo Barroso, Jaime Gama, José Luís Nunes, António Reis, Luís Miguel Cintra, Jorge Silva e Melo, Nuno Júdice e Manuel Gusmão. Em 1970, numa maior guinada à esquerda, a revista passa a ser porta-voz do maoísmo lusitano, com a entrada de Arnaldo Matos e Amadeu Lopes Sabino

Etiquetas: , ,