Top O Lisboeta Observador: Exterminador exterminado
terça-feira, janeiro 09, 2007
Exterminador exterminado


Devo esclarecer previamente uma coisa:
- Sou contra a qualquer forma de violência.
- Por conseguinte sou contra a pena de morte, obviamente!

Mas devo dizer também que sou completamente contra a hipocrisia, o politicamente correcto e o deixa andar da carneirada da opinião pública, manipulada através dos partidos ou da comunicação social.
A barbara execução de Saddam Hussein despoletou como era previsível as mais admiráveis explosões de opiniões, e análises dos mais variados quadrantes.
Uma das opiniões que mais ouvi é que ele seria um mártir.
- Porventura Eichmann é ou foi um mártir?
- Os condenados e executados à morte pelo Tribunal de Nurembega são mártires?
-
Nicolae Ceauşescu é um mártir?

Não!
Ninguém se torna mártir por ter assassinado milhares de pessoas.

Saddam foi julgado, foi condenado pelos seus crimes e foi executado por um governo eleito e pela justiça do seu pais.
Todo o processo teve ou tem falhas processuais?
Ouve pressa em o eliminar?
Acredito que sim, ouve várias irregularidades, estou certo disso.
Mas uma coisa é certa – o julgamento de Saddam Hussein foi público!
Prática esta que não existia no seu regime. Bem pelo contrário!
Como cidadão português e europeu sou por uma questão de princípio contra a pena capital, mas ao mesmo tempo sei que não devemos exportar a nossa maneira de pensar ou impor a nossa cultura aos outros.
Romano Prodi – Primeiro-ministro Italiano, esquecendo-se que é europeu e armado em moralista insurgiu-se contra o sucedido.
O governo do Iraque respondeu na hora:
Saddam teve direito a um processo e só ele foi condenado; estarão os italianos lembrados do que fizeram com Mussolini, julgado num minuto, executado noutro e pendurado na praça, para ser esfaqueado, esbofeteado e cuspido pela multidão, ao lado da inocente Clara Petacci?

Claro esquecemo-nos sempre dos nossos telhados de vidro. Ás vezes quebram-se.

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